Proex participa de evento da FBAC

Publicado em 11 de julho de 2024

“Obrigada por seguirem confiantes, vendo flores nos desertos, meus queridos apaquianos. Contem comigo, com a equipe da Proex da PUC Minas nessa semeadura, que também nos recupera, que assopra a brasa do nosso propósito de tocar suavemente a alma da juventude. De Minas Gerais para o Brasil e para o mundo”,  afirmou a pró-reitora de Extensão, a Profa. Dra. Carolina Resende, que compôs a mesa de abertura do Simpósio 40 anos da LEP: a execução penal à luz do método Apac”, na manhã dessa quinta-feira, 11 de julho, no auditório do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O evento foi organizado pela FBAC, a Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados.

O simpósio, realizado em comemoração aos 40 anos da Lei de Execução Penal (LEP), visou refletir sobre a evolução e os impactos da lei, especialmente em relação à aplicação do Método Apac, da Associação de Proteção e Assistência a Condenados, uma abordagem inovadora e humanizada voltada para a ressocialização de detentos. 

O método Apac propõe-se como uma alternativa ao modelo convencional de cumprimento de pena, com a missão de transformar a realidade do país. Fundamentado na valorização do ser humano e com o objetivo de recuperar, o método visa à aplicação eficaz da Lei de Execução Penal e dos princípios constitucionais. Dessa forma, cada elemento da metodologia está em consonância com as garantias fundamentais estabelecidas pela Constituição Federal.

Por meio do Programa de extensão Apac PUC Minas, coordenado pelo professor Rafael Chiari Cáspar, a Universidade atua em consonância com o método Apac para a efetivação dos direitos da pessoa privada de liberdade, intervindo sobre os processos de humanização e de preparação para o retorno dos recuperandos ao convívio social.

Confira a seguir a íntegra do discurso da pró-reitora:

“Bom dia a todas e todos.

Eu peço licença a este ilustre auditório para igualmente, de pé, cumprimentar as autoridades aqui presentes, na pessoa do doutor Tomáz de Aquino Resende, que além dos títulos e predicados aqui já citados, como ele bem ressaltou, é também por vontade espontânea, dadivosa e muito perseverante, o meu pai, que aprendeu a amar o amor por primeiro, que a minha mãe me deu no sim incondicional à minha vida. E com quem eu aprendi a deixar o coração bater diferençado.

Eu ia falar que eu aprendi a chorar sem parar de falar, mas eu acho que nisso eu ainda não estou muito boa. Mas eu aprendi a deixar o coração bater diferente quando o assunto é Apac. E eu fiz mesmo antes de saber o que eu seria quando crescesse.

O teólogo e poeta Jalal ud-Din Rumi disse certa vez: ‘Para mudar a paisagem, é preciso mudar o que se sente. Mas quem, ou o que é capaz de mudar o sentimento?’

Nesse sentido, eu penso que nós, que aqui estamos, somos privilegiados porque, de certa forma, nós contamos com a ajuda de quem amou primeiro a população encarcerada no nosso país.

Como muito brilhantemente foi enfatizado aqui pela Elisete, ‘quando sentimos, permitimos’. De fato, eu penso que quando sentimos o calor do amor genuíno, não há nada a fazer senão permitir que o milagre da vida faça um bom uso da nossa existência.

E é por isso que eu quero terminar dizendo aos missionários, aos novos que estão chegando, que talvez nem ainda tenham se reconhecido como missionários da Apac, mas saibam que vocês não estão aqui por acaso. Mas quero dizer também aos missionários que porventura andam um pouco cansados, buscando seus substitutos, meu pai já me disse isso algumas vezes. Eu quero então terminar dizendo uma frase que virou mantra na nossa casa, que foi dita pela minha avó Zazá, mãe do meu pai, que certa vez se dirigiu a um filho bastante idealista, mas que andava meio cansado. Ela escreveu: ‘O mundo, sua família e Deus precisam muito de você’.

Obrigada por seguirem confiantes, vendo flores nos desertos, meus queridos apaquianos. Contem comigo, com a equipe da Proex da PUC Minas nessa semeadura, que também nos recupera, que assopra a brasa do nosso propósito de tocar suavemente a alma da juventude. De Minas Gerais para o Brasil e para o mundo.

Muito obrigada”.