Foi inaugurado o Centro Comunitário da Comunidade Quilombola de Vila Nova, após quatro anos de construção. O projeto arquitetônico foi construído em 2017, em diálogo com a comunidade, por extensionistas dos projetos de extensão Lições da Terra e A Luta pelo Reconhecimento dos Direitos Fundamentais das Comunidades Remanescentes de Quilombo. A celebração ocorreu no dia 18 de março de 2023, junto ao Festival Quilombola.

“Os ancestrais dos quilombolas de Vila Nova foram os trabalhadores que construíram as principais fazendas que hoje se dedicam a produção do famoso queijo do Serro. Os ancestrais quilombolas não receberam nada por seu trabalho. Construíram inúmeras fazendas sem ter direito a sua própria. Por isso, a titulação do território quilombola de Vila Nova é numa medida de reparação histórica da exploração dos ancestrais quilombolas”, afirma o professor Matheus de Mendonça Gonçalves Leite, coordenador do projeto de extensão A Luta pelo Reconhecimento dos Direitos Fundamentais das Comunidades Remanescentes de Quilombo.

Devido à falta de recursos financeiros, o que impedia o início da construção, o sonho de conquistar um espaço que afirmasse a cultura quilombola teve que esperar. Foi após a provação do Projeto Quilombo Vivo, em 2019, uma parceria entre a PUC Minas, o Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefes) e a Federação Quilombola N’Golo, que a comunidade pôde colocar em prática a construção do centro da comunidade quilombola.

Com o Projeto Quilombo Vivo, foi possível abrir o Fundo Quilombo Solidário, para o financiamento de iniciativas que promovam melhoria na qualidade de vida das comunidades quilombolas. Com os recursos do fundo, a comunidade quilombola de Vila Nova obteve apoio financeiro para aquisição dos materiais de construção. Os próprios quilombolas trabalharam na construção de seu centro comunitário.

A Luta pelo Reconhecimento dos Direitos Fundamentais das Comunidades Remanescentes de Quilombo esteve presente no Festival Quilombola. O projeto de extensão atua na melhoria da qualidade de vida das comunidades quilombolas, além de contribuir com a criação e a execução de políticas públicas para a superação das relações de colonialidade por meio da efetivação dos direitos étnicos e territoriais das comunidades quilombolas.

Para mais informações, siga a página @extensaoquilombola no Instagram.